A arte da paquera
Clotilde Tavares | 4 de setembro de 2009Você sabia que quando o homem começa a paquerar ele estufa o peito, encolhe a barriga e simula agressividade? E que a mulher arruma o cabelo, abaixa a cabeça, sorri, cruza as pernas e exibe as coxas?
Quem diz isso é Aílton Amélio da Silva, o maior estudioso da paquera no Brasil. Professor da faculdade de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo, ele analisou o flerte durante vários anos. Como resultado desse estudo, publicou um livro, “Relacionamento Amoroso“, onde mostra os fatores que contribuem para o sucesso ou o fracasso de uma relação.
Afinal, se quando a gente vai viajar procura informações sobre o país que vamos visitar, seus hábitos e costumes, e de que forma devemos nos comportar ali para não cometer gafes, e aprendemos os rudimentos do idioma para saber pelo menos perguntar onde é o banheiro, por que não se documentar sobre este país estranho e muitas vezes inóspito que é o coração da pessoa por quem estamos suspirando?
Essa arte da paquera faz toda a diferença e, muito embora algumas pessoas sejam bem-informadas naturalmente sobre ela, parecendo ter um dom inato para conquistar um parceiro, a maioria de nós mergulha num mar de indecisões e atitudes desajeitadas que terminam por botar a perder a empreitada amorosa.
Então, não custa nada consultar o Dr. Ailton Amélio, a quem não conheço e de cujos livros estou fazendo merchandising somente porque os achei interessantes.
No final, fique com esse trecho da música “A hipótese do hipopótamo tartamudo”, ou simplesmente “O Hipopótamo”, de Braulio Tavares:
(…)
“Imagine, novamente, um hipopótamo
Caminhando equilibrado
Num fio de arame farpado
Longuissimamente esticado
Por sobre as enormes cachoeiras de lá da foz do Iguaçu
Inquieto como um átomo
Sob o foco das câmaras de TV
Sem olhar para baixo pra não ver
A cascata rugindo pra valer
E a risada feroz de Belzebu…
Esta criatura trágica
Este corpanzil corcundo
Abrindo uma goela áfrica
Botando a boca no mundo
Pois é assim que eu sou
Pois é assim que sinto que sou
Quando fico de olho numa mulher
E ela fica também de olho em mim
E eu sei muito bem o que ela quer
Porém fico enrolado mesmo assim
Tropeçando nas minhas próprias pernas
Sem saber o que faça, como e quando
Infeliz como um homem das cavernas
Oscarito imitando Marlon Brando
Eu sei que tem gente que é muito mais valente
E acha essa história de trepar um negócio extremamente ótimo
Eu acho também!
Mas eu me sinto um hipopótamo…
(…)